quinta-feira, agosto 02, 2012


Um pouco de como as coisas estavam e de como elas estão hoje

13
Um dia, em meados de 2011, eu acordei e vesti aquela calça jeans que eu não usava há algumas semanas e por alguma razão ela não me serviu mais. Um dia, eu reparei numa fotografia minha e levei um susto: “Quem é essa pessoa gordinha que está na foto?” Eu não podia acreditar que era eu, que braços enormes e que rosto tão cara de bolacha! Eu não sou/era assim!

Passei, então, a me esconder. A me esconder das outras pessoas e a me esconder de mim mesma.

Sim, passei a vestir umas camisas mais folgadas, comprei uma calça 42 de lycra escura e depois uma 44, me olhava no espelho, encolhia a barriga e eu quase acreditava que eu era uma pessoa normal, uma pessoa que não estava acima do peso. Não que seja anormal estar acima do peso, mas não é o que a sociedade espera de mim, nem o que a mídia diz. Então eu dizia: “Não, eu não me importo com esses padrões impostos pela mídia, eu estou bonita assim! Eu nem estou muito gorda.” - e encolhia a barriga ao dizer isso.

E um dia eu vi uma outra foto minha, sem ter feito pose, sem a barriga encolhida e percebi que provavelmente eu não lembrava de encolher a barriga o tempo todo.

Então, notei que as pessoas estavam vendo que eu não estava magra. E passei a culpar os “2 kilinhos a mais” por tudo na minha vida. Se eu estava desempregada, culpava o excesso de peso por não ser chamada após as entrevistas. Se estava solteira, culpava o sobrepeso por estar “encalhada”. Sim, as minhas amigas estavam namorando e até se casando. E eu, eu estava encalhada. E pensava “quem vai dar bola para uma gorda?”

Então eu chorava comendo uma barra de chocolate ao leite, eu devorava um pacote de bolacha Bono. Não dormia mais à noite. Passei a ter pena de mim.

Aí, um dia resolvi começar aquele regime na segunda-feira: dieta da sopa, dieta da usp, dieta da lua, ração humana e etc. E o regime não chegava nem na sexta-feira. Um dia resolvi começar a caminhar, mas desisti antes mesmo de trocar de roupa e colocar o tênis. E pensei: “Magra? Quem se importa em ser magra? Isso é besteira.”

Mas antes fosse assim, antes eu realmente pensasse assim e conseguisse ser feliz, me aceitar e me perdoar por ser “gordinha.”

Um dia percebi que quem me deixava triste era eu mesma, era o meu complexo. As pessoas talvez não fossem tão más, tão metidas, tão inquisidoras. Era eu que me fechava e as desencorajava a chegarem perto de mim.

Aí um dia resolvi ir ao cabeleireiro, comprei umas roupas novas, tudo G, mas ainda faltava alguma coisa. Sim, faltava o meu corpo. Então, finalmente, admiti que eu me importava sim com uma boa forma. Resolvi dar o braço a torcer pelo emagrecimento e admiti: “Sim, eu quero ser magra! Sim, para mim isso não é bobagem. Eu realmente me importo com a minha aparência.”

Dane-se esse discurso de que o que importa é a beleza interior. Isso pode ser verdade, mas eu não estava feliz assim. Até porque eu tinha tanto medo de ser rejeitada que eu nem mostrava a minha beleza interna.

Então, agora que eu estava resolvida, a coisa foi pra frente!

Escolhi uma reeducação alimentar e uma atividade física. Fui ao supermercado, comprei coisas light e passei a ficar vidrada por balança. Não podia ver uma que eu já subia. De tanto subir, emagreci 1 kg só desse “step”, mas subir tanto na balança não era bom. Cada dia dava um peso diferente e eu ficava enlouquecida com isso. Mas, eu não desisti.

Eu tropecei, caí, enfiei o pé na jaca, mas não desisti. Estava sempre disposta a começar de novo.

Um dia, fui naquela loja de departamento, levei tudo G para o provador. Aí experimentei e vi que tudo ficou folgado. Eu não sabia mais que tamanho de roupa estava usando. Então, resolvi ir numa loja mais cara “só para experimentar as roupas”, e eu vi que cabia numa roupa M, cabia até em algumas P. Uma roupa 38 me serviu, não todas as 38, mas algumas delas. Algumas 40 ficaram largas, 42 nem se fala. Então, eu ainda não acreditava nessa mudança de manequim. Mas pensei “Vale a pena! Usar uma roupa 38, vale a pena!”

A sociedade é preconceituosa sim, é cruel ás vezes. Mas eu era muito mais cruel comigo mesma, porque eu me importava com isso. Eu deixava que as pessoas me chamassem de gorda. Eu me deixava ser gorda. Eu me fechei por causa disso.

Eu não permiti que o príncipe encantado me despertasse do sono profundo em que me encontrava. Era eu que não queria acordar, era eu que me bloqueava.

E finalmente, depois de alguns meses de dedicação total, eu vi outra foto e pensei: “Quem é essa moça magra na foto? Será que tiraram foto da pessoa errada? Não pode ser! Essa pessoa se parece comigo, mas esse corpo não é meu!”

E eu senti e ainda sinto uma enorme dificuldade em associar a minha nova imagem com a imagem antiga que eu tinha de mim. Eu olho para o espelho e ainda enxergo uma pessoa enorme. Quando passo ao lado de uma vitrine e vejo um reflexo magro, penso: “Esse é meu novo corpo, mesmo?! É real esse braço fino?”

Então, agora eu me cuido mais, cuido do meu cabelo, da minha pele, das minhas unhas e me sinto toda poderosa. E visto a roupa 38, a blusa PP, P ou M (depende do modelo) e saio na rua. E parece que estou andando em câmera lenta. E até escuto uns “Fiu, fiu.” E sinto vergonha, mas pelo menos é melhor do que passar despercebida ou ser ponto de referência: “Você tá vendo aquela branquinha gorda ali? Você vira lá na esquina em que ela está.”

Mas o importante é que estou no caminho e no ritmo certo. Não quero mais andar para trás. Talvez eu não esteja acostumada a comprar roupas menores, talvez eu ainda não me enxergue mais magra. Mas o importante é que eu comecei a mudança e ter começado foi decisivo para a metade de todas as outras ações.

P.S. Esse texto eu encontrei no Blog da Elizandra, o autor é desconhecido. Confesso que chorei quando o li. Eu o adaptei pra minha história.

quarta-feira, agosto 01, 2012


Dia de Nutricionista, bb!

5
Então, pessoas, ontem foi dia de consulta com a Nutricionista. Foi uma conversa muito legal e ela me elogiou bastante por chegar aonde cheguei por conta própria, ela disse que poucas pessoas conseguem eliminar tanto peso e ser disciplinada sem ajuda profissional. Fiquei super feliz por saber que fiz tudo certinho. Ela lembra de mim na minha fase mais fofinha e ela teve dúvidas se eu era a pessoa de quem ela realmente lembrava, legal, né? Sinal de que já estou bem diferente. A consulta é um benefício social da igreja que congrego, então, por isso que ela já me conhecia de vista.

Com relação ao resultado dos exames de sangue, ela também achou estranho, devido a minha mudança de hábitos alimentares, mas aconselhou a repetir os exames.

Agora em relação ao meu peso atual, na balança dela eu estou com 1kg a mais do que na minha balança, achei isso muito chato e descobri também que estou/sou 3cm mais baixa do q eu pensava =/. Então, ela fez o cálculo do meu IMC (24,7) e constatou que realmente já estou na faixa de peso considerada normal para minha altura e idade, mas no limite quase máximo. Fez um cálculo e me disse que se eu eliminar mais 4kgs e chegar aos 62kgs já ficarei com um peso muito bom, ainda dentro do considerado normal. Se emagrecer mais que isso, ficarei com um aspecto não muito bom, já que ela disse que minha estrutura é fina (oi? onde ela viu isso? rsrsrs).

Semana que vem ela vai entregar a minha dieta pra tentar eliminar esses 4kgs.

Acho que vou entrar numa academia, vou pesquisar algumas por aqui por perto da minha casa ou trabalho.

PS. Tô devendo um monte de vistinhas, sorry!